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Enquanto estudos mostram que mudanças climáticas podem afetar a erva-mate, símbolo da cultura sul-brasileira, a planta tende em ganhar um papel mais importante na luta contra esse problema. A Embrapa Florestas e a Fundação Solidaridad desenvolveram uma ferramenta inédita: a Carbon Matte, uma calculadora de carbono capaz de medir os estoques de carbono e as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no cultivo da erva-mate.

 

A tecnologia permite avaliar o balanço de carbono das propriedades rurais e indústrias do setor, considerando as práticas de manejo adotadas. Assim, produtores e empresas poderão quantificar o impacto ambiental de seus sistemas produtivos, adotar estratégias mais sustentáveis e até mesmo certificar produtos ambientalmente responsáveis.

 

Segundo a pesquisadora Josileia Zanatta, da Embrapa Florestas, os primeiros resultados são animadores. “A ferramenta permitirá quantificar a contribuição dos sistemas de produção da espécie para a mitigação das emissões de GEE e testar combinações de manejo que resultem em cenários mais promissores para a qualidade ambiental”, cita.

 

Os dados iniciais apontam para um balanço de carbono negativo — ou seja, a erva-mate remove mais CO₂ da atmosfera do que emite, funcionando como um importante sumidouro de carbono. A iniciativa se alinha ao Programa Nacional de Cadeias Agropecuárias Descarbonizantes (Carbono + Verde), do Ministério da Agricultura (Mapa), e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 13) da ONU, voltados ao enfrentamento da mudança climática.

 

Além de reforçar o papel ambiental da erva-mate, a Carbon Matte pode se tornar uma ferramenta estratégica para mensurar ativos ambientais e valorizar economicamente sistemas produtivos sustentáveis – um passo essencial para o futuro verde da agropecuária brasileira. Com informações e imagem Embrapa e edição de imagem e texto com auxílio do ChatGPT e Gemini.

 
 
 
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Além de conservar a biodiversidade, os estudos climáticos estão ajudando a definir onde e como plantar a erva-mate do futuro. As pesquisas permitem indicar áreas prioritárias para o cultivo e selecionar materiais genéticos mais resistentes a condições extremas. Passível de zoneamento agrícola, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para identificar onde o cultivo seguirá viável nas próximas décadas, orientando políticas públicas, investimentos e produtores rurais.

 

“No futuro, esses estudos poderão apoiar também a escolha de modelos silviculturais mais adequados a cada tipo de solo e clima, garantindo maior proteção às lavouras frente a eventos climáticos atípicos”, explica a pesquisadora Márcia Toffani Simão Soares.

 

Mas o tempo é curto. “As mudanças estão acontecendo 20 ou 30 anos antes do previsto”, alerta explica o pesquisador José Wrege, da Embrapa Florestas e envolvido nesse trabalho. “Se nada for feito, em 50 anos as transformações serão enormes. Ainda assim, com planejamento e investimento em conservação, é possível garantir um futuro para a erva-mate e para todos que dependem dela.”

 

De acordo com o Sexto Relatório de Avaliação (AR6) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em 2023, as projeções de aumento da temperatura até o final do século variam conforme as ações humanas. No cenário otimista (forte mitigação, SSP1-1.9), a temperatura média global pode se estabilizar em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, o que exigiria cortes drásticos nas emissões e uma transição rápida para energias limpas – medidas que ainda não estão acontecendo.

 

Já o cenário pessimista (altas emissões, SSP5-8.5) projeta um aumento de até 4,4°C até 2100, com impactos severos e irreversíveis. “O planeta já aqueceu cerca de 1,1°C, e cada décimo de grau intensifica eventos extremos como ondas de calor, estiagens e chuvas torrenciais”, explica Wrege.


Com informações e imagem Embrapa e edição de imagem e texto com auxílio do ChatGPT e Gemini.


 
 
 
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A planta que move a economia e a cultura do Sul do Brasil pode estar com os dias contados em boa parte de seu território atual. Pesquisas recentes mostram que a erva-mate (Ilex paraguariensis) – base do chimarrão e do tererê – pode perder até 96% das áreas climaticamente adequadas até 2070, caso o aquecimento global siga o ritmo atual. E, por isso, cientistas pedem zoneamento agrícola.

 

Os resultados, obtidos por meio de modelos de nicho ecológico, acenderam um sinal vermelho entre pesquisadores. “As projeções indicam que a erva-mate vai se concentrar em regiões mais frias e de maior altitude, principalmente na Serra Catarinense, que pode se tornar um refúgio climático essencial”, explica o pesquisador José Wrege, da Embrapa Florestas e envolvido nesse trabalho.

 

Diante do cenário, Wrege defende que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) crie um zoneamento agrícola específico para a erva-mate. A ferramenta ajudaria a identificar onde o cultivo seguirá viável nas próximas décadas, orientando políticas públicas, investimentos e produtores rurais. “Sem o zoneamento, corremos o risco de perder uma das culturas mais emblemáticas do Sul do País”, alerta o pesquisador.

 

A proposta tem apoio da pesquisadora Márcia Toffani Simão Soares, também da Embrapa, que ressalta a necessidade de ampliar a base de dados agroclimáticos e produtivos. “Precisamos melhorar o registro nacional de produção e o monitoramento climático nas áreas de cultivo, além de considerar fenômenos como El Niño e La Niña, que impactam fortemente a região”, pontua.

 

Apesar de sua grande plasticidade, a erva-mate depende de temperaturas baixas para completar seu ciclo de vida. Com o aumento médio estimado entre 1,8°C e 6,3°C até o fim do século, populações cultivadas em baixas altitudes podem entrar em colapso. “A erva-mate é mais que uma planta – é parte da nossa identidade. Proteger seu futuro é proteger o modo de vida de milhares de famílias do Sul”, afirma Márcia Soares.

 

Sem medidas de adaptação e planejamento, o Brasil pode assistir a uma migração da erva-mate para altitudes cada vez maiores – e à perda de um símbolo cultural e econômico. O zoneamento agrícola surge, portanto, como um passo decisivo para garantir o futuro da espécie e da cadeia produtiva que ela sustenta.


Com informações e imagem da Embrapa Florestas e auxílio da IA Gemini e ChatGPT.

 
 
 
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