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Destinado para outros produtos além do chimarrão, o sistema de adensamento chamado de Cevad Campo pode aumentar a produtividade em até 160% nos primeiros anos do plantio. Por ter uma quantidade maior de mudas, precisa investimento maior, mas podendo ser compensado pela possibilidade de colher mais vezes, até quatro por ano, e folhas mais novas com maior quantidade de componentes bioativos presentes nessa Erva-mate.
Os testes desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Florestas e Universidade Federal do Paraná (UFPR) são para projetar alta produtividade de folhas jovens de Erva-mate. Ivar Wendling atua nessa pesquisa e cita o funcionamento do sistema iniciado em General Carneiro, Sul do Paraná. Durante os últimos três anos, diferentes densidades de plantio, foram testadas e os resultados são satisfatórios.
Algumas áreas receberam mais de 25 mil plantas por hectare. Comparado a um sistema convencional, onde se planta de 1,6 a 2 mil mudas, a quantidade é até 15 vezes maior no mesmo espaço físico. "Desenvolvemos todo o sistema de plantio, manejo, nutrição", explica Ivar. Baseado no sistema da Camellia sinensis, do chá preto, o pesquisador observa potencialidades no Cevad Campo, mas destaca alguns diferenciais necessários.
Esse adensamento cria possibilidade de mecanização da colheita. 40% dos custos de manejo da Erva-mate estão juntamente no ato de colher. Se otimizar isso tende em reduzir o valor gasto nesse trabalho, criando ainda a vantagem de colher antes. No sistema convencional de campo leva em torno de dois anos para a primeira colheita. Por sua vez, no Cevad após seis meses do plantio. Depois intercalando novas retiradas de produção a cada três a quatro meses.
Enquanto num modo tradicional a colheita tem intervalos de 18 meses, sendo, o Cevad Campo, de quatro a cinco vezes mais rápido nesse comparativo. O sistema visa folhas de Erva-mate com brotação nova por conter maiores teores de compostos bioativos como a cafeína, teobromina e antioxidantes, indicadas para novos produtos. Dentre eles, bebidas energéticas, mas não é indicado para o chimarrão, onde se usa folhas mais maduras.
No Cevad Campo o investimento é de seis a sete vezes maior do tradicional, sobretudo pelo custo das mudas. De acordo com o pesquisador José Mauro Paz Moreira é fundamental conhecer a tecnologia e ter planejamento, mantendo alta produtividade para compensar o investimento feito. Pode ser um produtor comum disposto em apreender, compreender e implantar a tecnologia, com alto investimento inicial, mas cai o custo de colheita.
Para colher, a indicação é de ser pelo menos semimecanizada. Enquanto, o sistema em si permite ajustes e diferentes adensamentos. Outro ponto importante é ter o mercado para vender esse novo produto, matéria-prima para além do chimarrão e do chá. Em torno de 80% de toda a produção brasileira tem esse foco. Ou seja, a viabilidade comercial é fundamental a oferta chegar onde há demanda, conforme o programa Prosa Rural da Embrapa.
Com informações e imagem da Embrapa.