Maior cidade de Santa Catarina nasceu numa rota de Erva-mate
- Historia da Erva-mate
- 26 de mar.
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Joinville se integrou à rede comercial da Erva-mate, a partir do Planalto Norte catarinense. A Colônia Agrícola Dona Francisca foi o núcleo colonial germânico de origem para a formação do município, a partir da segunda metade do século XIX. Também a rota de um traçado por onde passavam carroças, a segunda do Brasil a ser usada para esse tipo de locomoção, com início de construção em 1858 e homenagem à irmã do Imperador brasileiro.
A princesa Dona Francisca, irmã de D. Pedro II, recebeu a área como dote ao se casar. Sendo aprovada, em 1858 pelo governo imperial, a construção da estrada que ligaria Joinville – São Miguel – Tijucas do Sul – Curitiba, conforme detalha o portal de turismo da prefeitura de Campo Alegre/SC. "A Estrada Dona Francisca, segunda via carroçável do Brasil, tornou-se uma importante rota comercial", destaca a publicação ligando o nome à familiar do Imperador.
Assim, tornou-se caminho obrigatório entre Santa Catarina e Paraná, tendo no ciclo da Erva-mate o desenvolvimento regional. Desde Porto União e Canoinhas existia a presença de grandes ervais, onde era colhida e sapecada a Erva-mate para depois ser transportada e comercializada em Mafra. Tendo a presença de engenhos, oficinas, fábricas de barricas, carroções, ferrarias, casas comerciais, companhias de navegação e outros.
A Estrada Dona Francisca ficou pronta no dia 31 de julho de 1895, quando o governo federal repassou a responsabilidade da gestão para o estado de Santa Catarina. Essa via virou a principal artéria de escoamento da Erva-mate do Planalto Norte catarinense para a cidade de Joinville, o maior centro comercial da região. De Mafra desciam os carroções 'São Bento wagens', carregados de barricas de Erva-mate.
A partir de Joinville seguiam pelo rio Cachoeira até o porto de São Francisco do Sul. O artigo "A construção dos caminhos da Erva-mate em Santa Catarina: combinação e sobreposição de transportes", de Alcides Goularti Filho e Fábio Farias de Moraes, traz esses detalhes. Com a entrada em operação da Linha Férrea, ligando São Francisco do Sul a Mafra, passando por Joinville, São Bento do Sul e Rio Negrinho, em 1913, a Estrada Dona Francisca acabou ficando secundária na região, tanto para o transporte de pessoas quanto de mercadorias.
A estrada corta o perímetro urbano da cidade, passando pelos distritos industrial e de Pirabeiraba e conectando à BR-101. Depois, segue até o município de Rio Negro, passando por Campo Alegre, São Bento do Sul, Rio Negrinho e Mafra. Com a linha férrea entrou em decadência, contudo, voltou em ter importância econômica com o impulso do transporte rodoviário feito por caminhões a partir dos anos de 1950.
Com informações do artigo "A construção dos caminhos da Erva-mate em Santa Catarina: combinação e sobreposição de transportes", de Alcides Goularti Filho e Fábio Farias de Moraes e prefeitura de Campo Alegre/SC e imagem prefeitura de Campo Alegre/SC.
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