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À esquerda maior árvore, ao centro 2ª maior e acima (ao centro) vencedora do concurso


O resultado do 2º Concurso Árvores Gigantes do Rio Grande do Sul teve a divulgação oficializada na quarta-feira, 1º de outubro. Depois do pinheiro araucária em 2023, com as três primeiras colocadas sendo do município de Coqueiros do Sul e circunferências entre 5,18 metros e 5,67 metros, foi a vez, em 2025, de promover a busca pelas maiores Ilex paraguariensis gaúchas, dentre todas as propriedades do estado e regiões produtoras.

 

A maior planta de Erva-mate do estado, e “vencedora do 2º Concurso Árvores Gigantes tem 2,22 metros de circunferência e está localizada na propriedade de Janice Muliterno Adamy, em Caseiros, polo ervateiro do nordeste gaúcho”, cita a publicação da Universidade de Passo Fundo (UPF). Foram 41 inscrições, vindas de 23 municípios, com destaque “para a região do Alto Taquari, que contou com o maior número de inscrições”, conforme a instituição.

 

“O 2º Concurso Árvores Gigantes do Rio Grande do Sul é uma promoção da Universidade de Passo Fundo, por meio do Laboratório de Manejo da Vida Silvestre (Lamvis), e apoio da Emater”, frisa a organização. Lançada em março, durante a Expodireto Cotrijal, iniciou a busca por árvores com maior período de existência, carga genética resistente ao clima, doenças e pragas. Estas “muito bem adaptadas ao solo”, se candidataram na disputa promovida.

 

Sendo “candidatas a fornecer sementes para o futuro, para a produção de mudas de qualidade de espécies arbóreas”, destaca a UPF. São cinco polos ervateiros: Região de Machadinho, de Erechim, de Palmeira das Missões, de Venâncio Aires e do Alto Taquari, no Rio Grande do Sul. A iniciativa teve apoio do Ibramate, Sindimate, Secretaria Estadual da Agricultura, Projeto Charão/AMA, Associações de Produtores de Erva-mate, Cotrijal, Coprel e ICMBio-Floresta Nacional de Passo Fundo.

 

“Essa é uma planta especial. É uma planta para ser propagada, que devemos estudar e usar para produzir mudas para o futuro devido sua capacidade de adaptação, assim como esse ano tivemos, aqui na Universidade, a oportunidade de fazer a propagação das araucárias que venceram o concurso ano passado”, destacou o professor Jaime Martinez, coordenador do Lamvis, celebrando a biodiversidade, preservação ambiental e cultura ervateira.

 

Bem como, reconhecendo os “proprietários que preservam verdadeiros monumentos verdes em suas terras e de valorização dessa espécie símbolo do RS”. Por sua vez, ganhadora do concurso se disse ‘surpresa’. “Fico feliz em saber que estamos colaborando com a preservação da Erva-mate, que é um símbolo do Rio Grande do Sul”. Janice é professora aposentada e desconhecia a planta na propriedade. “Eu realmente desconhecia a existência dela na propriedade e pela localização, por ser de difícil acesso, imaginamos que tenha sido plantada há muito tempo”, afirmou a vencedora do concurso.

 

Duas árvores receberam a honraria de Prêmio Árvore Destaque, Clênio Josino, de Palmeiras das Missões (Polo Celeiro Missões) e Ilga Pusna, de Coqueiros do Sul (Polo Nordeste Gaúcho), reconhecidas “de forma especial e não concorreram diretamente com as demais classificadas”, segundo os organizadores. Claudete Ianjevicz – do município de Barão de Cotegipe (Polo Alto Uruguai) – conquistou o 2º lugar com a planta de 2,20 metros de circunferência.

 

Vencedora do concurso, Janice Muliterno Adamy também levou o 3º lugar com outra árvore de Erva-mate medindo 2,07 metros de circunferência. Na sequência Ilsemar Markmann – Victor Graeff (Polo Nordeste Gaúcho) – 1,97 m, Nelson Dapont – Ilópolis (Polo Alto Taquari) – 1,97 m, Ademar Gaio – Ilópolis (Polo Alto Taquari) – 1,94 m, Renato Ahlert– Carazinho ( Polo Nordeste Gaúcho) – 1,93 m, Leonardo Amaro Paludo – Itapuca (Polo Alto Taquari) – 1,89 m.

 

Ainda, segundo divulgou a Rádio do Mate, 9º lugar: Lúcio Portalupi Gosi – Arvorezinha ( Polo Alto Taquari) – 1,89 m. Depois, Sueli de Albuquerque da Costa – Soledade (Polo Alto Taquari) – 1,80 m, Elton Reus Gasparin – Arvorezinha (Polo Alto Taquari) – 1,77 m, Arno Brunetto – Ilópolis (Polo Alto Taquari) – 1,72 m, completando as árvores premiadas no concurso onde se celebrou, sobretudo, um dos símbolos gaúchos: a Erva-mate.


Com informações da UPF e Rádio do Mate e imagens disponibilizadas via UPF e organização.

 
 
 
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O gerente estadual de classificação e certificação da Emater/RS-Ascar, Mateus Rocha, citou os trabalhos realizado, mencionando a tradição do chimarrão, para além do lado econômico. Sendo "de importância imensurável", segundo ele citou na palestra do 8º CONAMATE. O profissional descreveu a força da Erva-mate, produção organizada e o trabalho institucional sendo feito por 25 anos para certificar, com uma cadeia produtiva, o setor.

 

Os processos de auditoria e busca de evidências são as bases da certificação, feito junto de produtores e empresas ervateiras, podendo sugerir melhorias para posicionar de forma adequada a Erva-mate no cenário produtivo e industrial. O trabalho de extensão rural complementa essa ação de certificação, num atendimento institucional envolvendo os cinco polos ervateiros gaúchos, desde as mudas até a indústria, o mercado e consumidor final.

 

A qualidade e as evidências levaram o produto para mercados importantes, segundo ele, abrindo espaço comercial entre outras áreas para cosméticos e gastronomia. “Avançando para além do chimarrão e tereré”, citou Mateus Rocha. O trabalho de certificação começa numa visita e checagem de um checklist com em torno de 150 itens são analisados. Primeiro vem a pré-auditoria e auditoria posterior, iniciando pelas boas práticas agropecuárias, desde a condução do erval.

 

O trabalho visa evidenciar todos esses pontos. A existência do selo, conforme o gerente, é a certeza de ter passado por critérios técnicos que garantem a qualidade do produto ao consumidor final. As etapas da certificação vão desde as boas práticas agrícolas, passando por secagem e armazenagem adequados, padronização dentro dos lotes, análise laboratoriais de qualidade e entrega do certificado, inserindo o selo identificador na embalagem.

 

Outro ponto é a gestão ambiental, bem como, a logística da colheita até a indústria. Levando em conta a segurança e normas de trabalho. Além do estabelecimento de um canal de comunicação aberto para o consumidor avaliar o produto. A certificação traz, segundo Mateus Rocha, maior competitividade, possibilita abrir novos mercados e traz confiança e segurança alimentar. O papel da Emater vai desde o acompanhamento técnico, passando por orientações e análises para trazer credibilidade e fortalecer a cadeia produtiva. Para ele, a qualidade fortalece o setor.


Com informações e imagem do CONAMATE.

 
 
 
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Natália Saudade de Aguiar construiu sua carreira na engenharia florestal onde fez mestrado e doutorado. Também diretora de Operações da Fazenda Ervais do Futuro com sistema produtivo onde se utiliza até máquina para a colheita dos ervais devidamente manejados com alta tecnologia e para produtos específicos. Na sua palestra no 8° Congresso Online da Erva-mate (CONAMATE) ela compartilhou conhecimentos e experiências.


Segundo ela, planta muito completa em termos nutricionais e compostos bioativos, comprovada por pesquisas e análises em seres humanos e animais, e de matéria-prima complexa podendo ser aperfeiçoada por influência de fatores relacionados, ambientais e de processamento. Com subprodutos a serem explorados e conhecida apenas 'repousada' com leque de "outros infinitos sabores da espécie", frisou.


A forma de cultivo e beneficiamento influenciam os compostos a partir da Erva-mate e destinos comerciais de interesse. Tudo é parte de pesquisas suas e de outros colegas. Os fatores genéticos também foram estudados e demonstrados os metabolismos, podendo por exemplo ter mais ou menos cafeína. O teor de saponina também pode ser diferente, de acordo com o tipo de planta e sua condução e manejo.


Sobre a Ervais do Futuro, a irrigação, estrutura e parcerias definem o trabalho. Mantendo compromisso com a qualidade do produto, sustentabilidade e pesquisa. Dentre os desafios, Natália enumerou que muitas empresas dependem do produtor, não fazendo o cultivo e desconhecendo, de certa forma, a realidade do campo. No caso da sua organização, ela citou o implemento de tecnologia e máquina de colheita, por exemplo.


A propriedade tem diferenciais sustentados em classificação e padronização, processamento 100% elétrico e catálogo de matéria-prima conforme o produto final desejado. Podendo compor um tipo de Mate mais adequado à tipologia específica. Fazendo também testes sensoriais. Parceria com outras empresas permitiu chegar a um refrigerante de Erva-mate, o Yerba Matte, "diferente de tudo que já se viu", cita.


"Mesma planta, infinitos produtos", aponta Natália sobre as possibilidades para a Erva-mate, composto com outras matérias-primas também. Para isso partindo do princípio de que existem gosto diferente e interesses distintos possibilitando desenvolver tipos de chás diferenciados. Muitos deles com alto valor agregado, o que pode significar um campo a ser melhor desenvolvido ainda, conforme a pesquisadora.


Com informações e imagem do CONAMATE.

 
 
 
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