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Zoneamento agrícola é defendido por cientistas para salvar o Mate

  • Foto do escritor: Historia da Erva-mate
    Historia da Erva-mate
  • 25 de out.
  • 2 min de leitura
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A planta que move a economia e a cultura do Sul do Brasil pode estar com os dias contados em boa parte de seu território atual. Pesquisas recentes mostram que a erva-mate (Ilex paraguariensis) – base do chimarrão e do tererê – pode perder até 96% das áreas climaticamente adequadas até 2070, caso o aquecimento global siga o ritmo atual. E, por isso, cientistas pedem zoneamento agrícola.

 

Os resultados, obtidos por meio de modelos de nicho ecológico, acenderam um sinal vermelho entre pesquisadores. “As projeções indicam que a erva-mate vai se concentrar em regiões mais frias e de maior altitude, principalmente na Serra Catarinense, que pode se tornar um refúgio climático essencial”, explica o pesquisador José Wrege, da Embrapa Florestas e envolvido nesse trabalho.

 

Diante do cenário, Wrege defende que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) crie um zoneamento agrícola específico para a erva-mate. A ferramenta ajudaria a identificar onde o cultivo seguirá viável nas próximas décadas, orientando políticas públicas, investimentos e produtores rurais. “Sem o zoneamento, corremos o risco de perder uma das culturas mais emblemáticas do Sul do País”, alerta o pesquisador.

 

A proposta tem apoio da pesquisadora Márcia Toffani Simão Soares, também da Embrapa, que ressalta a necessidade de ampliar a base de dados agroclimáticos e produtivos. “Precisamos melhorar o registro nacional de produção e o monitoramento climático nas áreas de cultivo, além de considerar fenômenos como El Niño e La Niña, que impactam fortemente a região”, pontua.

 

Apesar de sua grande plasticidade, a erva-mate depende de temperaturas baixas para completar seu ciclo de vida. Com o aumento médio estimado entre 1,8°C e 6,3°C até o fim do século, populações cultivadas em baixas altitudes podem entrar em colapso. “A erva-mate é mais que uma planta – é parte da nossa identidade. Proteger seu futuro é proteger o modo de vida de milhares de famílias do Sul”, afirma Márcia Soares.

 

Sem medidas de adaptação e planejamento, o Brasil pode assistir a uma migração da erva-mate para altitudes cada vez maiores – e à perda de um símbolo cultural e econômico. O zoneamento agrícola surge, portanto, como um passo decisivo para garantir o futuro da espécie e da cadeia produtiva que ela sustenta.


Com informações e imagem da Embrapa Florestas e auxílio da IA Gemini e ChatGPT.

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