Erva-mate é exemplo mundial de um sistema agrícola sustentável
- Historia da Erva-mate
- há 2 dias
- 2 min de leitura

Em 2025, a Organização das Nações Unidas (ONU) comemora 80 anos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Na preparação para a COP30 em Belém (PA), a Erva-mate sombreada “foi oficialmente reconhecida como exemplo mundial de sistema agrícola que une produção e conservação ambiental, com base no respeito às tradições, à floresta e às pessoas”.
A FAO aprovou oficialmente o reconhecimento da proposta “Erva-mate sombreada: um sistema agroflorestal tradicional na Floresta com Araucária do Paraná, Brasil” como Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM). É o segundo selo concedido para regiões brasileiras. Em 2020, a entidade reconheceu o SIPAM “Apanhadoras de flores sempre-vivas”, localizadas em Minas Gerais, na Serra do Espinhaço.
O reconhecimento é um marco histórico para a agricultura familiar, a agroecologia e a valorização dos saberes tradicionais do nosso território, conforme o Centro de Desenvolvimento e Educação dos Sistemas Tradicionais de Erva-mate (CEDErva). Entidade responsável por toda essa articulação em prol da conquista envolvendo diretamente onze municípios do Sul e Centro-Sul do Paraná com comunidades tradicionais e indígenas e diversas instituições.
Concedendo o selo a “sistemas agrícolas únicos que combinam práticas sustentáveis, conservação da biodiversidade, segurança alimentar e identidade cultural - todos presentes nos modos de vida associados ao cultivo da Erva-mate nativa na Floresta com Araucária”, cita o CEDErva. O trabalho abrange os municípios de Pinhão, Rio Azul, Rebouças, Inácio Martins, Bituruna, Cruz Machado, Irati, São Mateus do Sul, São João do Triunfo, Guarapuava e Turvo.
Diretamente relacionados no processo estão Faxinal do Emboque, comunidades Indígenas de Rio d’Areia e Marrecas, o Ministério Público de Trabalho do Paraná, os Sindicatos de Agricultura Familiar da região Centro-Sul e Sudeste do Paraná, Associação Paranaense das Vítimas Expostas ao Amianto e aos Agrotóxicos (APREAA), IFPR-Campus Irati, Associação dos Grupos de Agricultores Ecológicos São Francisco de Assis (Associação ASSIS) e a Ervateira Kosloski e Silva.
Desde 2020, agricultores tradicionais e agroecológicos do Paraná, comunidades indígenas e faxinalenses, pesquisadores, sindicatos da agricultura familiar, universidades, organizações da sociedade civil e gestores públicos foram mobilização na candidatura, coordenada pelo CEDErva, com o apoio de mais de 30 instituições: Embrapa Florestas, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR PR), Ecoaraucária, FETRAF-PR, ICMBio, Yerba Madre Brasil e UEPG.
Para isso, “foram realizados diversos eventos, oficinas e diálogos ao longo do território dos 11 municípios parceiros do SIPAM. A candidatura passou por diferentes etapas de avaliação desde a entrega dos documentos da candidatura para a representação da FAO no Brasil em dezembro de 2021, até a visita oficial da representante científica da FAO, em março de 2025, que marcou a fase final de validação da proposta”.
O SIPAM é um selo concedido pela FAO em “reconhecimento de um modo de vida que respeita a floresta, valoriza os saberes ancestrais e promove a convivência harmônica com a natureza. Esse título traz visibilidade global, apoio técnico e político, e impulsiona políticas públicas que fortalecem a agricultura familiar, a agroecologia e a preservação da biodiversidade”. Fortalecendo cadeias sustentáveis e modos tradicionais, protegendo o meio ambiente e visando agregar valor.
Com informações e imagem CEDErva.
Comments