Erva-mate potencializou linha de infraestrutura comercial em SC

Caminho por rios fez parte desse transporte. Alcides Goularti Filho e Fábio Faria de Moraes descrevem a relação do transporte com a indústria ervateira, de meados do século XIX até os anos de 1940. O artigo "a construção dos caminhos da Erva-mate em Santa Catarina: combinação e sobreposição de transportes" analisa, dentre outras coisas, o trajeto do Mate, desde o transporte fluvial até os embarques. A construção da estrada Dona Francisca é um desses pontos observados.

Os autores avaliam a primeira combinação de estruturas de transporte da Erva-mate em Santa Catarina, o caminho pelos rios Iguaçu, Negro e Canoinhas e descida da serra rumo ao litoral pela estrada Dona Francisca, até Joinville. Depois, o segundo trecho fluvial pelo rio Cachoeira até o Porto de São Francisco do Sul. Somente com a ferrovia, entrando em operação a Linha São Francisco em 1913, mudou essa ligação entre Porto União e São Francisco do Sul.

A linha férrea "substituiu as outras vias em sua maior parte e submeteu-as à condição de transporte secundário", explica o artigo. No caso do porto de São Francisco do Sul, inclusive o "desembarque crescente de Erva-mate e madeira, vindos de cima da serra e destinados ao mercado externo", mobilizou melhorias e ampliações nas estruturas portuárias para promover o comércio internacional, sobretudo potencializado pela expansão ervateira.

Segundo os autores, O “início das atividades ervateiras no planalto norte catarinense está associado a dois grandes movimentos: a expansão da exploração da Erva-mate no Paraná, em direção ao Rio Negro e ao Iguaçu, e a colonização do Norte catarinense a partir de Joinville, com a fundação de São Bento, Rio Negrinho e Campo Alegre”. A partir do último quarto do século XIX e constituição de um complexo ervateiro no Paraná.

Com informações de pesquisas em livros sobre história da navegação e imagem/reprodução Arquivo Público do Estado de Santa Catarina.