Mate sob ameaça: cientistas correm para salvar seu DNA
- Historia da Erva-mate
- 25 de out.
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A erva-mate (Ilex paraguariensis), símbolo cultural e econômico do Sul do Brasil, está em alerta vermelho. Pesquisadores da Embrapa Florestas (PR) intensificaram expedições em diferentes regiões do país para coletar material genético da espécie antes que as mudanças climáticas reduzam drasticamente suas áreas de ocorrência natural.
De acordo com os cientistas, até 96,4% das regiões climaticamente favoráveis à erva-mate podem desaparecer até 2070, conforme projeções do Projeto Araucamate. O levantamento é resultado de modelagens climáticas que indicam a tendência de migração da planta para áreas de maior altitude, onde as temperaturas permanecem mais baixas.
A equipe da Embrapa vem realizando expedições a unidades de conservação e fragmentos florestais, coletando amostras de DNA e sementes de populações naturais da erva-mate em quatro grupos climáticos distintos. O foco está nas bordas da distribuição natural – locais onde há maior variabilidade genética, mas também maior risco de extinção.
“Como vai haver redução de área de ocorrência da espécie, é preciso priorizar o resgate genético nas zonas marginais onde há mais diversidade”, explicam os pesquisadores da Embrapa. Essas ações visam formar bancos de germoplasma – coleções vivas de material genético – para proteger a diversidade e garantir que futuras gerações possam contar com plantas adaptadas a altas temperaturas, seca e novas doenças.
“Conservar materiais de cada grupo garante que tenhamos recursos genéticos para programas de melhoramento futuros”, explica Ananda Virginia de Aguiar, pesquisadora envolvida no projeto. Ela ressalta que, apesar dos avanços, ainda há lacunas importantes. “A Embrapa já possui uma quantidade considerável de material, mas precisamos ampliar as coletas, especialmente no Rio Grande do Sul, que abriga populações geneticamente muito ricas.”
As pesquisas reforçam a urgência de investimentos em conservação e pesquisa genética, fundamentais para a resiliência da cadeia produtiva do mate e a preservação da biodiversidade dos ecossistemas do Sul e Sudeste do país.
Com informações e imagem da Embrapa e formatação via ChatGPT.







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