Explorado de forma nativa, em meio às florestas, plantada em ervais solteiros ou sistema agroflorestal em consórcio com cultivos anuais ou outras espécies florestais, a Erva-mate tem seu papel importante na produção rural, especialmente nos três estados do Sul do Brasil. Também presente no Mato Grosso do Sul onde é associado à preservação ambiental e estudado no campo científico e nutricional.
Os especialistas do setor convergem para dois pontos essenciais na cadeia produtiva: mão de obra na propriedade e qualidade dos ervais. A sucessão no meio rural é um tema bastante importante, nesse sentido, para disponibilizar o componente central do processo produtivo, o trabalhador para realizar o manejo da Erva-mate. Grande parte da exploração é feita na forma manual, disso a importância de pessoas para esse trabalho.
Outro ponto essencial, colocado recentemente em debates seja nas conversas técnicas ou seminários, é justamente a produtividade. Ervais bem conduzidos geram renda e permitem a sustentabilidade da propriedade, ao passo que um manejo deficiente não traz resultados positivos e pode levar o produtor rural em trocar de atividade. Mas o senso comum é da importância da agricultura familiar na produção do Mate.

Nesse cenário, além disso, o pequeno produtor para sobreviver na cadeia produtiva, precisa fazer um "produto de qualidade", no entendimento da empresária Juliane Seleme Brehmer. Ela preside a Câmara Setorial Nacional da Erva-Mate e destaca a importância do agricultor nesse processo, mesmo levando em cota na atualidade os preços para a venda da folha do Mate não estarem atrativos e nem valorizado como deveria.
Canoinhas, por exemplo (onde Juliane reside e atua como empresária), tem em torno de quatro mil produtores. Na região do Planalto Norte catarinense esse número chega a onze mil. O entendimento é de que 'não há interesses de virar commodities'. A Erva-mate tem uma relação histórica, existe um conceito cultural elencado ao contexto produtivo e ao pequeno produtor "continua contando essa história" e sendo parte importante.
As crises de preços e situações como a catástrofe climática de 2024 no Rio Grande do Sul precisam ser superadas. Para Juliane, em momentos piores é necessário "dar as mãos" para a cadeia produtiva seguir firme. Usar a Câmara Setorial Nacional para promover o setor como um todo, levando em conta a importância de cada ente envolvido, valorizando o pequeno produtor e incentivando a produção de qualidade.
Com informações da Câmara Setorial Nacional do Mate e imagem/reprodução Fernando Dias/SEAPDR.
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