Ervateiro foi o primeiro dono de automóvel em Curitiba, revela professor
- Historia da Erva-mate
- 26 de fev.
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"Foi o ervateiro Francisco Fido Fontana, lá em 1903, aos seus 20 anos, que importou o primeiro carro da cidade. Veio de Paris e foi a maior atração por aqui, entrando para a história de Curitiba!", escreveu o professor Rogério Bealpino. Sua mãe, Maria Dolores era irmã de Agostinho Ermelino de Leão, fundador da Fábrica Leão Junior, em 1901, e ligado à indústria do Mate paranaense, entre os séculos XIX e XX.
Bealpino escreve também sobre o primeiro acidente automobilístico do Paraná com pessoa ferida. Fido Fontana, na tarde de 15 de agosto de 1903, estava com o tio Ermelino de Leão no trajeto de Santa Felicidade (região famosa pelos etnia italiana em Curitiba) "sentido Barigui (hoje, a Manoel Ribas, próximo ao restaurante Cascatinha) e o veículo, sem freio virou, fraturando a perna do Dr. Leão, como diziam os jornais da época".
"Essas são as histórias da nossa Curitiba que compõem nosso imaginário e nos fazem entender muitos aspectos da nossa cidade. Conto muitas delas por aqui e por meio das aulas-passeio que ministro na cidade", destaca o Educador Patrimonial que promove as aulas-passeio em que conta a história da capital do Paraná. No caso, em uma de sua publicações no Instagram narrou, com imagens, a história desse primeiro automotor.

A primeira viagem teste, realizada por Fido Fontana, teria sido entre Curitiba e Araucária, região metropolitana, em torno de 30 quilômetros. Após importar o veículo, e chamar atenção dos curitibanos, o ervateiro montou uma revenda e oficina de carros para iniciar a mudança de tração animal para automotor. A Officina Real importava e revendia automóveis, bem como, realizava os consertos e manutenções.
Relacionada a esse contexto, a Fábrica Leão Junior foi criada com o objetivo de vender Erva-mate para chimarrão no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. Agostinho faleceu em 1907 e a viúva Maria Clara assumiu a empresa, expandindo os negócios para exportação de madeira. Entre os empreendimentos, deu início à produção da Erva-mate na Argentina, com a Molino Leão Junior Sociedad de Responsabilidad Limitada.
Em 1926, a fábrica Leão Júnior foi inaugurada no bairro Portão, sendo uma das mais tecnológicas indústrias curitibanas e oferecia moradia para seus funcionários, num conjunto de aproximadamente 30 casas. Quatro anos depois, a construção foi destruída por um incêndio e a empresa mudou a sede para o bairro Rebouças. Em 2007, a Leão Júnior foi vendida para o grupo Coca-Cola, preservando a marca Matte Leão.
Com informações divulgadas pelo professor Rogério Bealpino e pesquisa na história oficial de Curitiba e imagem/reprodução Instagram professor Rogério Bealpino.
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