Erva-mate com registro de IG está presente no RS, SC e PR

Região de Machadinho recebe IG

A Indicação Geográfica (IG) para a Região de Machadinho, na modalidade Indicação de Procedência (IP), reconhecida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é a segunda do Brasil nessa categoria e a terceira quando se trata de Erva-mate brasileira. O 1⁰ registro do Brasil foi concedido para a Associação dos Amigos da Erva-mate (IG-Mathe) da região São Matheus – Sul do Paraná e o 2º para o Planalto Norte catarinense, como Denominação de Origem (DO).

O reconhecimento para a IG da região de Machadinho, publicado na Revista da Propriedade Industrial (RPI) N° 2822 – em 04 de fevereiro de 2025, “consolida a qualidade, a autenticidade e a notoriedade da produção ervateira local”, de acordo com justificativa da proposição. A IG, na modalidade IP, é similar à IG da região de São Matheus onde engloba os municípios de Antônio Olinto, Mallet, Rebouças, Rio Azul, São Mateus do Sul e São João do Triunfo.

A área contemplada pela IG da Região de Machadinho inclui os municípios de Barracão, Cacique Doble, Machadinho, Maximiliano de Almeida, Paim Filho, Sananduva, Santo Expedito do Sul, São João da Urtiga, São José do Ouro e Tupanci do Sul. No caso do Planalto é uma IG, modalidade DO, reconhecida e concedida para a Associação de Produtores de Erva-mate do Planalto Norte Catarinense (Aspromate), também pelo INPI.

“A primeira espécie, IP, protege o nome geográfico que se tornou conhecido por conta de um produto ou serviço. A segunda, DO, pressupõe que as qualidades ou características de uma determinada área geográfica, incluídos os fatores naturais e humanos, influenciam exclusiva ou essencialmente um produto ou serviço, tipificando-o”, explica o INPI sobre o “instrumento de propriedade industrial que busca distinguir a origem geográfica de um determinado produto”.

O processo da IG Região de Machadinho foi conduzido pela Associação dos Produtores de Erva-Mate de Machadinho (Apromate), com a liderança do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) por meio da pesquisadora em Tecnologia e Ciências Agrícolas Edna Ferronatto e de uma equipe técnica da Emater/RS-Ascar, apoiados pelos produtores, indústrias e lideranças locais, conforme divulgado sobre o assunto.

A perspectiva é do registro da IG fortalecer a economia regional, proteger a identidade da Erva-mate da Região de Machadinho e agregar valor ao produto. Enquanto, a concessão da Identificação também contribui “para a preservação dos saberes tradicionais, incentivando a inovação e a competitividade do setor”. Posicionando o produto desses municípios como referência no mercado nacional e internacional, por conta da comprovação de procedência.

A IG é um marco importante para o setor ervateiro do Rio Grande do Sul, destacando a Região de Machadinho como um polo de excelência na produção da Erva-mate e reforçando seu compromisso com a tradição histórica, a sustentabilidade e a qualidade. Toda essa relação remonta aos anos 1912, quando imigrantes italianos começaram a atividade extrativista. Um dos grandes diferenciais locais é a cultivar Cambona 4, desenvolvida na década de 1970.

Essa variedade de Erva-mate se destaca pela “rápida regeneração após a colheita e pela alta produtividade de folhas, resultando em um chimarrão de sabor mais suave e equilibrado”. Além disso, os ervais dessa região “adotam práticas sustentáveis”, fazendo o cultivo em sistemas agroflorestais, preservando a biodiversidade e garantindo um manejo mais equilibrado com o meio ambiente. Com reconhecimento nacional e premiada.

Com informações e imagem reprodução Seapi.