Aula-passeio narra passagem de Imperador e esposa pelo PR

O Mate era o vetor econômico no período imperial

"A Erva-mate é um dos símbolos maiores de Curitiba. Costumamos nos lembrar da araucária, o pinhão, a gralha azul (e até, recentemente, da capivara, por estranho que seja). É muito bom que se reforce no imaginário os símbolos que nos compõem, mas também vemos o quase esquecimento da erva-mate como parte dessa história toda", analisa o professor Rogério Bealpino. Suas abordagens usam o cenário histórico e patrimonial curitibano.

O historiador tem se especializado em promover aulas-passeio, atuando como educador patrimonial. Neste sábado (22/02) o tema é a visita do Imperador do Brasil, dom Pedro II, com a esposa, Imperatriz Tereza Cristina, em maio de 1880. "A visita do casal imperial ficou para sempre na memória da cidade e pouquíssimos curitibanos conhecem essa história", antecipa Bealpino.

Essa aula-passeio, conforme o professor, reconstitui "em detalhes a passagem destes ilustres visitantes por alguns lugares da cidade, especialmente no primeiro dia da presença de suas majestades imperiais na Curitiba do final do século 19". Iniciando pelo local de recepção do casal real: Estrada da Marinha (hoje, Avenida João Gualberto). Seguindo por ruas do centro histórico.

"O Imperador passou por vários outros lugares em sua estadia na cidade de Curitiba, mas somente nesse trajeto os participantes já poderão conhecer inúmeros detalhes do episódio que tanto ficou marcado nos corações curitibanos da época", frisa o educador patrimonial. A aulas-passeio inicia às 9h30 e encerra ao meio-dia. Os ingressos custam somente R$59,90 por pessoa e pode ser parcelado, inclusive, no cartão de crédito. Menores de 14 anos não pagam.

A capital na economia do Mate

A partir do século XIX, o Paraná passou a ser um dos maiores produtores e exportadores de Erva-mate do mundo "com inúmeros engenhos atuantes na cidade. O 'ouro verde' fez Curitiba enriquecer, trouxe progresso econômico, social e cultural nos mais variados aspectos. Grande parte da composição urbana que nossa cidade tem hoje advém dessa glória da Erva-mate", afirma Bealpino.

"Um bairro - Alto da Glória - carrega este nome por causa deste processo todo. Edifícios históricos, a estação ferroviária, personalidades que dão nome às ruas... Há muito que se conhecer e relembrar a respeito da nossa história curitibana relacionada à Erva-mate", cita o professor. O Paraná segur, dois séculos depois, sendo responsável pela maior parte da produção de Mate nativo no Brasil.

"Ou seja, ainda somos líderes neste processo econômico. É inconcebível que essa história se mantenha desconhecida", opina. "E como educador patrimonial que sou, vejo o quanto o curitibano, nascido aqui ou não, de forma geral não faz ideia disso tudo. E mais: este mesmo curitibano se impressiona com a riqueza de detalhes históricos contidos na cidade a ele revelado no momento em que participa das minhas aulas-passeio". Dando o tom da riqueza das suas aulas-passeio.

Com informações e imagem/divulgação professor Rogério Bealpino.